O Covid-19 e uma nova oportunidade para a sociedade dar o devido valor para o agronegócio brasileiro

No momento em que escrevo este artigo, há uma infinidade de incertezas sobre o que será da economia brasileira e mundial e de como o sairemos dessa crise ocasionada pela circulação global do novo coronavírus.

Muitos governos tomaram medidas drásticas de sanidade na tentativa de frear o avanço do contágio pelo vírus e, como ele é de fácil contágio, a circulação e interação de pessoas foram fortemente desestimuladas e, em alguns casos, restringida de maneira coercitiva. Medidas totalmente válidas nesse momento.

Decisões em que parques fabris mantenham suas esteiras de produção paradas, shopping centers fechados, empresas com seus funcionários em home office e saindo e consumindo o mínimo possível, vendedores informais absolutamente sem clientes, lojas de insumos e de peças tendo que manter as portas fechadas para evitar o contato direto com o público e fronteiras de municípios, Estados e de País fechadas, acarretarão invariavelmente em uma grave crise econômica que ainda estamos longe de termos dados consolidados de o quanto isso efetivamente nos afetará.

No agronegócio, que é o pilar mais sólido da economia brasileira, certamente teremos impacto mas, como já foi anunciado com bravura, o agro não vai parar e, mais do que nunca vai mostrar seu valor para a sociedade brasileira. Novos desafios surgirão ao setor agropecuarista que querem e PRECISAM permanecer com sua atividade, colhendo, preparando o solo, plantando no período correto a depender da cultura que se pretende plantar pois o ciclo biológico das plantas e animais independe de questões humanas e precisam que se respeite o seu próprio cronograma, além de dificuldades já conhecidas como a seca que aflige boa parte do sul do Brasil, além do outros riscos agrobiológicos já conhecidos.

Algumas medidas extremas foram tomadas em alguns estados e municípios, como o fechamento de acessos, de fronteiras, aeroportos (convém discutir essas medidas inconstitucionais em outra oportunidade) e do comércio com outras cidades acarretando grande dificuldade na busca de insumos para a manutenção do calendário agrícola. Nesse sentido, sabiamente o Decreto Presidencial 10.282/2020 de 21/03/2020, estabelece, entre outros pontos importantes para a manutenção mínima da circulação de bens e insumos essenciais capazes de manter o básico de suprimentos e produção agrícola e manutenção da sanidade animal:

XV – prevenção, controle e erradicação de pragas dos vegetais e de doença dos animais;

Além da garantia de que teremos insumos necessários para a preservação da atividade no meio rural, as unidades de recebimento de grãos estão funcionando e comercializando normalmente e as revendas que podem estar com as portas fechadas operam em regime de plantão/mutirão para garantir o abastecimento.

Houve excessos como, por exemplo, um juiz de primeiro grau da Justiça do Trabalho de Santa Catarina que determinou o fechamento de uma unidade frigorífica inteira da Seara/Grupo JBS sob a justificativa de que não teria segurança contra o coronavírus aos seus funcionários, decisão absolutamente descabida que de pronto foi reformada pela instância superior.

Ou seja, passaremos por uma nova provação e O AGRO NÃO VAI PARAR, e mais uma vez mostrará seu valor, mantendo a produção e, mesmo com alguma dificuldade, vai suprir a necessidade de alimentos da população brasileira com qualidade e quantidade e vai gerar divisas no comércio externo mesmo com a diminuição do poder aquisitivo em decorrência da crise.

#oagronaopara #ficaemcasaqueestamosproduzindo