As Novas Nuances da Produção de Leite no Brasil


Nos últimos anos a pecuária leiteira tem caminhado a passos largos para grandes mudanças no setor. A atividade que antes era negligenciada em muitas propriedades e vista como sofrida e pouco rentável, tem se transformado e trouxe à tona o fato de que produzir leite não é para amadores, sendo assim a atividade em si amadureceu.


O fato fica claro com dados apresentados pela Embrapa Gado de Leite que mostra que em 2019 houve uma diminuição de 7,1% de produtores (que deixaram a atividade), porém em contraponto, houve um aumento de 4,1% na captação pelos 13 laticínios consultados, que juntos somam 23,6% da captação no Brasil.


Isso mostra a profissionalização dos produtores, que compreenderam que para que a atividade seja lucrativa, duradoura e sustentável, é preciso focar na gestão dentro da porteira. Somado a isso, a exigência da implementação das normativas 76 e 77, que ditam os parâmetros de manejo e qualidade basilares para a entrega do produto, não se aceitando mais práticas que por anos foram toleradas.


Ainda temos um novo fator a ser analisado, que é o apelo do consumidor, o qual tem exigido conhecimento dos processos produtivos, abrindo caminho para a rastreabilidade, o que coloca uma lupa nos processos. O consumidor exige produto de qualidade, boas práticas e bem estar animal.


Com todos esses fatores unidos, a pressão da profissionalização se tornou mais forte e o olhar para a gestão das propriedades mais apurado. Essas mudanças no setor trazem um enorme benefício, mudando o papel do produtor de apenas fornecedor de matérias prima, para fornecedor de valor agregado.


O Brasil tem uma enorme lacuna a preencher na produção de leite devendo melhorar, e muito, a comunicação entre os elos da cadeia produtiva para que todos os agentes se equilibrem e desenvolvam cada dia melhor esse setor tão importante do agronegócio.


Maíra Gregório, sucessora e gerente administrativa da Granja Catanduvas em Catanduvas/SC, que hoje é uma referência nacional no segmento leiteiro sendo a primeira a ter coleta autônoma no estado de SC.


Fontes: Embrapa Gado de Leite/ Milkpoint/ revista Balde Branco