Frango de corte: a importância da proteína animal

A paisagem em torno da agricultura passou por mudanças significativas nos últimos anos. Preços superiores dos alimentos, a consequente crise mundial dos preços dos alimentos no final dos anos 2000, juntamente com a expansão de 60% na demanda por produtos agrícolas até 2050 gerou um interesse ressurgente no setor agropecuário – entre formuladores de políticas, profissionais de desenvolvimento e setores privados. Com os fortes investimentos e a profissionalização setorial implementada há cinco décadas, a avicultura do Brasil vêm se destacando por sua alta competitividade.

Frangos criados para carne são chamados de frangos de corte. A indústria de frangos cresceu muito devido à demanda do consumidor por esta proteína ser rica em princípios nutricionais e por apresentar preços acessíveis devido à eficiência na produção. A avicultura já é reconhecida como um componente importante do setor agrícola em todo o mundo, a criação de características de produção (genética e ambiente) e a melhoria da nutrição foram usadas para aumentar o peso das aves, portanto, frangos de corte comerciais são criados para crescerem rapidamente, a fim de ganhar peso de forma rápida.

Nos últimos anos, a produção avícola se desenvolveu bastante, principalmente no Brasil. Em 2019, a carne de frango de corte representou 67,0% do volume total de carne de frango por produto. Além das exportações brasileiras no mesmo ano que é o maior produto em receita de exportação (ABPA, 2020). O desenvolvimento da produtividade e o progresso da coordenação da cadeia de produção aumentaram a competitividade da indústria avícola no Brasil, baseada em um sistema de produção vertical que integra pequenos agricultores e grandes empresas de aves. Isso permite que os avicultores reduzam os investimentos de capital na agricultura e também reduzam seus riscos (Figueiredo et al., 2006).

Determinar as causas que podem afetar a lucratividade da produção avícola é essencial para o progresso econômico dos agricultores e pode contribuir para o desenvolvimento de políticas públicas e privadas. Uma das medidas mais convenientes de sucesso é a lucratividade, porque é observável e não está sujeita a interpretação (Duffy e Nanhou, 2003). A lucratividade da granja depende de fatores internos e externos. Os principais fatores internos são economia de tamanho, idade do agricultor, dedicação ao aviário, eficiência no uso de máquinas, produtividade da terra, uso de tecnologia gerencial (Duffy e Nanhou, 2003). Porém, os benefícios sociais da avicultura não se limitam apenas aos empregos e renda gerados. Na cidade, a carne de frango é fundamental para a garantia de segurança alimentar, sendo a proteína mais consumida no Brasil.

A liderança do Brasil como exportador da carne internacional de frango decorre de investimentos em instalações modernas e programas de biossegurança, bem como de clima, abundância e disponibilidade de cereais, e os fatores mais importantes – demanda e preços competitivos. Um dos fatores mais importantes, no entanto, permite ao Brasil alcançar
sua posição atual é o resultado de investimentos para aprimorar o material genético que dá origem a nossos rebanhos.

Esse segmento da indústria avícola brasileira gera lucro, eficiência e versatilidade para os produtores hoje, gerando muitos empregos. Em menos de meio século, o Brasil se tornou o principal exportador mundial de carne de aves e o terceiro maior produtor (ABPA, 2020). Além disso, os produtos avícolas das empresas brasileiras do agronegócio são vendidos hoje em mais de 150 mercados. E eles são comprados por consumidores que não apenas exigem qualidade e sustentabilidade, mas estão cada vez mais preocupados sobre questões ambientais. Para atender a esses consumidores e também garantir uma produção sustentável, as empresas avícolas brasileiras estão investindo cada vez mais em gestão ambiental (FAO, 2018). O desempenho da indústria avícola nos últimos anos é o resultado de uma verdadeira revolução na indústria avícola brasileira nas últimas décadas.

Para o Brasil, a oferta de produtos seguros e sustentáveis tornou-se um dos principais compromissos que garantiram seu acesso e manutenção no mercado global. Além da aptidão natural do País para a produção de alimentos, o status sanitário de seus plantéis de aves contribuíram para essa posição privilegiada do Brasil, sendo um dos poucos países produtores de aves no mundo que nunca registrou foco de Influenza Aviária (ABPA, 2020).

Os princípios de qualidade, biossegurança e sustentabilidade, bem como como respeito ao meio ambiente, junto com trabalhadores, produtores integrados e para os consumidores, assim como observância da melhor agricultura e boas práticas de fabricação, destacam-se entre as condições exigidas entre os consumidores e mercado global de exportação. Compromisso com o bem-estar animal, responsabilidade social e conformidade com a legislação são outros princípios importantes nesse processo. É preciso aumentar a conscientização entre consumidores da importância de comprar produtos que são produzidos de maneira sustentável e de excelente qualidade, como a carne de frango contribuindo para um consumo responsável.


Autora: Bruna Kuhn Gomes – Assistente Técnico Comercial da empresa Huvepharma do Brasil. Médica Veterinária, com curso de graduação (2014) e mestrado (2016) pela Universidade Federal de Pelotas e doutorado (2020) pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Atuou como estagiária no Agriculture and Agri-Food Canada (2018). Possui experiência na área de produção de animais não-ruminantes, com ênfase em nutrição de aves e suínos.